O laguinho
![]() |
Foto: Alda Carvalho |
Tenho um pequeno lago
com nenúfares amarelos
está rodeado por pedras
vindas de vários lugares
trabalhadas pelo mar e pelos rios
de várias cores e feitios
testemunhas da rocha mãe
e do caminho que fizeram
até serem por mim tomadas
As pedras que me fascinaram
são os limites do pequeno lago
não mais serão arrastadas ou roladas
mas sossegadas
contendo a água e banhando-se nela
contemplando os nenúfares amarelos
O laguinho atrai seres diferentes
pequenas rãs borboletas
insectos vários
e pequenos peixes também
alguns pássaros vão lá molhar o bico
Como é misterioso este pequeno lago
passo tempo a olhar esta profusão de vida
numa espécie de namoro que me aviva
Eis uma coisa que nunca o meu Alentejo dará: um laguinho. Porque todas as suas pedras são aguçadas, enchem-se de rugas, vivem em pontas como touros desembolados que não saem do lugar. Mas são as nossas pedras. Depois, não há água que a terra não leve; se a isolamos, logo nos vem o remorso do elemento que a pede sem refresco e a sumimos. E, pois, não temos nenúfares e as flores que em tanto lugar medram custam-nos a nós e a elas (acredito muito no seu esforço) a luta contra a secura e o escaldamento, o sempre de remar contra a corrente.
ResponderEliminarE por isso amo a história do teu laguinho e a pródiga memória das pedras que ventos e águas fizeram ternas; amo o amarelo esparso dos nenúfares, mão dada em flutuantes raízes; amo a constante presença da água, alimento dos nenúfares em levitação.
O teu laguinho é um oásis, já te deste conta?
Concordo com o comentário da Bea : é oasis, é paz é tranquilidade. Beijinho
ResponderEliminarEsse lago pode ser pequeno, mas a sua beleza é imensa. Ela é alimentada pelos teus olhos, memórias, coração. Se ele te dá vida, também tu te juntas às suas viajadas pedras e aos nenúfares para o embelezares com o teu olhar e "poemares" os seus encantos. Que sorte nós temos em conhecê-lo!
ResponderEliminar