"As pedras são as raízes da alma"
Encaustica: Alda Carvalho |
Recordo um belo pássaro
de multicolor plumagem
que de encontro a uma vidraça
subitamente se quedou sem vida
além do corpo físico
há algo que nos anima
como uma chama
a que chamamos alma
há quem creia que essa chama
desaparece com a morte
e quem creia que ela permanece
e está em toda a parte
esse sopro sagrado
habita qualquer ser
seja ou não humano
como o pássaro o rio o mar
a flor ou a montanha
tudo está interligado por essa energia
que trespassa todos os seres
que não se cria nem se destrói
só muda de fisionomia
e estou em crer que é isso a alma
e as pedras as suas raízes mais antigas
É um poema tão bonito! Desafia-nos a uma meditação bem profunda sobre a existência. Conforta-me pensar que assim seja. E vou passar a olhar com mais respeito para as pedras - também as do nosso caminho. Obrigada por este olhar filosófico.
ResponderEliminarFOGO !!!
ResponderEliminarAlém de um poema lindíssimo, aqui está mais uma faceta da Alda - que não deixa de me surpreender - de juntar o conceito de alma ao de energia e de os alicerçar às pedras que neste minúsculo planeta perdido na imensidão sem fim do Universo, foram o começo de toda a vida.
Se juntarmos a pintura espantosamente bela e apropriada ao tema, para mim e neste período da minha vida, confesso que me emocionou ás lágrimas.
Bens haja, Alda.
Não sei se tudo é animado, se só os seres que se movem o são, se apenas o homem; ou se nem existe isso a que damos o nome de alma. A tua teoria, muito espiritual, tem o mérito de ser completa, um enorme círculo que não se desfaz e de que tudo é parte organizada. É possível; e preferível. Mas há outras.
ResponderEliminarSão felizes os que as possuem. Fonte de sentido, desanuviam a espessura do mundo.
És uma artista. E não só da palavra.
Um abracinho
Cuando empecé a leer el poema sentí una enorme tristeza por el trágico final del bello pájaro. .Me quede mirando fijamente el azul intenso de su plumaje desintegrado en el cristal y misteriosamente, comencé a imaginar un pájaro que volaba libremente , fundido en el azul del cielo y reflejado en un mar azul. Este azul, siempre presente en tus poemas, en forma de luz, de agua ,de cielo, de pájaro, será el alma?
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