Longe de mim

Foto:Alda Carvalho

 


 

A relva macia e molhada

penetra-me a alma

 

o rio como fita prateada

segue-me os passos

 

um bando de asas dispersa-se no ar

a brisa suave envolve-me e dissolve-me

 

Tento saborear este generoso fora de mim

mas os pensamentos num frenesim

cativam-me noutras imagens

 

Luto com eles e por momentos

à paisagem regresso

 

Será que a mereço

 

 

Comentários

  1. Que bonito poema! Pois não hás de de merecer toda essa beleza em redor? O teu interior é-lhe equivalente - todos o sabem. A tempestade e a dureza dos pensamentos acontecem e não podes fugir-lhes. Também essa beleza do fora de ti, a que chamas generoso, é por vezes assolada pelo mau tempo - e nada pode fazer. Tudo é transitório. Há que aproveitar as réstias de sol.

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  2. Aproveito para elogiar a qualidade do poema e do comentário feito sempre merecedor de elogios.
    Fotografia espetacular com toque profissional.
    O tempo é limitado para contemplar a paisagem,mas enquanto pudermos vamos sempre admirá-la

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  3. Merece, Alda, merece.
    As paisagens maravilhosas, são como os bons amigos: Desejo-lhe que a continuem a rodear e inspirar.
    A sua poesia vai-me directamente à alma.
    Bens haja, Alda,

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  4. Tudo que a vida oferece a gente deve tomar, é para isso que ela oferece. E friso comentários anteriores: claro que mereces, Alda. Logo tu que pensas em toda a gente e és aquele amor de pessoa que nós sabemos.
    Ainda que as tempestades da vida sejam por vezes devastadoras e deixem marca. Como diz a Ana, é tudo transitório, e é preciso apreciar a luz e o calor das réstias sol.
    Um abraço

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