Despojamento
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Foto: Alda Carvalho |
As árvores despem-se da casca
como de um vestido velho
rasgado esfiapado
para dar lugar a um outro
mais reluzente
é o despojamento do inútil
do que já não serve
abandonarão também as
folhas
despindo-se completamente
...e mostram, assim despidas, a fragilidade que habita todo o ser sujeito à mudança. Qualquer ser que se despe numa propedêutica ao inóspito e necessário inverno, me comove. As árvores são força resistente a cumprir os preceitos das estações. Assim nós. Queiramos ou não, se nos é dada a graça de viver, vamos cumprindo cada estação da vida. Resistimos. Somos árvores. E oxalá - como elas - morramos de pé e de pé estejamos abertos à vida.
ResponderEliminarBom dia, Alda
Pois é Alda: O despojamento do que é físico, real, palpável e já cumpriu a sua missão, pode (e deve...) ser decidido racionalmente. Sobretudo se o conseguirmos substituir por outros úteis e realmente necessários.
ResponderEliminarMas eu ainda não consegui descobrir (e provavelmente jamais o conseguirei...) como me despojar das memórias e sentimentos maus e negativos que me continuam a povoar o sub consciente e os pesadelos.
E que bom seria ver-me livre destes "pesos" e sobretudo ser capaz de os substituir por outros leves e positivos que me ajudem a cumprir esta última etapa da minha vida.
Até agora, só a música, a música com alma, me dá algum alívio ... temporário.
É o despojamento que é parte da renovação, de uma nova vida. Assim pudéssemos ser sábi@s como elas.
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