Manhã lavada
Foto: Alda Carvalho |
A terra está molhada
do orvalho matinal
o sol às escondidas com as nuvens
não a enxugou ainda
pássaros cantam à desgarrada
nesta manhã lavada
Um castanheiro deixa pender
os ouriços ainda fechados
no interior o fruto escondido
espreitando ao de leve
espantado com a vida lá fora
em estrupido
Folhas das árvores
caem amarelecidas
o chão jaz tapetado de folhas caidas
com cores que variam
do amarelo ao castanho
do verde ao carmim
Um pássaro aproxima-se
curioso do nosso silêncio
um esquilo em rápida dança
corre para lugar mais seguro
as folhas continuam a cair
como suaves gotas de chuva
Ouço um certo restolhar
por baixo das folhas caídas
um regato corre de mansinho
produzindo suave música
magia da natureza sempre viva
e prenhe de surpresas.
Há recantos assim
fora e dentro de nós
com música quase inaudível
e intérpretes insuspeitados
que nos deixam maravilhados
a música que anda no ar
Lindo ❤️
ResponderEliminarVerdadeiro hino à natureza de que bem precisamos depois da grande desgraça que aconteceu no centro do nosso país,
ResponderEliminarBens haja, Alda.
Tão bonito este poema de louvor à natureza, ao início do outono, aos primeiros pingos de chuva. É tão bonito o escorrer gráfico do poema que nos faz sentir o deslizar dos versos como acompanhando a exultação sentida pela terra ao ser lavada entre o fulgor dos elementos outonais.
ResponderEliminarBonito, esse teu zigue-zague de palavras, as mesmas que usamos para nos definir e tudo ou quase tudo dizer. São doce sortilégio, mas também podem ser rancor e animosidade.
ResponderEliminarBoa semana, Alda