Envelhecimento
Entre folhas anónimas caídas
no chão
destinadas a serem
varridas pelo vento
ou por um funcionário
camarário
uma folha duma beleza insólita
apesar do envelhecimento
atrai o meu olhar
Apanho-a e levo-a comigo
Vou colocá-la entre as
folhas dum livro
tentando que a morte não a
leve consigo
Nem sempre o
envelhecimento
destrói do ser a beleza
aparente
por vezes renova-a
dando-lhe novo brilho
Tudo está no nosso olhar. Como vemos as coisas. Como aprendemos a lidar com o inevitável.
ResponderEliminarMas beleza existe sempre, quantas vezes só descobrimos o brilho das coisas, quando elas já nem sequer estão vivas.
Mas o mais dramático é que estes meus comentários, também se aplicam às pessoas.
Bom e "fresco" fim de semana, Alda.
Lindo e enternecedor
ResponderEliminarNão acho um drama envelhecer. É um processo, não acontece da noite para o dia e vamo-nos habituando à mudança e a ser outros sendo os mesmos. Naqueles que amamos e em nós. Só em alguns insectos ou plantas específicas o processo é rápido. E sim, há beleza na beleza que se perde. É como diz Manuel Villas, "Em Tudo Há Beleza"; e se não fora por ela, seríamos muito mais outros. A beleza das coisas velhas (e das pessoas) é o mais efémero do efémero.
ResponderEliminarE não sei de quem nos apanhe do chão e nos coloque dentro de um livro. Mortíssimos:). A realidade das folhas é a realidade das folhas. Resta-nos a mente, nosso livro de recordações cheio de folhas.
Boa noite, Alda
Estava no teu caminho, revestida das tuas cores preferidas. Talvez não seja só coincidência! Terá sofrido alguma transformação, sim. Evoluiu. Gosto da ideia de que o envelhecimento pode renovar a beleza, ou apresentar uma outra beleza
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