Recordações de Viagens - E.U.A. (Dez. 2016) (III)
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Foto: José Martins Carvalho |
No Parque Millenium além da Cloud Gate podemos admirar outra esculturas ao ar livre.
The Art Institute of Chicago é um mundo
em que nos perdemos. Como todos os museus não se vê num dia, mas é um lugar
de momentos profundos no contacto com diferentes formas de arte. Comprámos um livro com as principais
obras para recordar e ver de novo as que não conseguimos ver naquela visita.
O restaurante a que fomos tinha
um ar acolhedor e um cheirinho retro. Impecável, com comida excelente a
contrastar com o fast food. Este é horrível e altamente calórico, mas os
preços são altíssimos fora dele.
À noite fomos ouvir música num
bar de blues, no Northside, recomendado por um simpático empregado do
hotel. O bar estava à pinha e o cantor negro, altamente empolgado, a contrastar
com os músicos todos brancos e mais comedidos. O recinto era muito
pequeno para a sua voz e o seu entusiasmo. Os decibéis incomodaram-me, mas talvez
o que mais me doeu fosse o tom de excitação/desespero da voz daquele pequeno
negro, todo vestido de cores e lantejolas faiscantes, como se reouvisse o grito
dos escravos vindos do fundo dos tempos. Tive de pôr os dedos nos ouvidos. Mas
naquele recinto só eu parecia incomodada!
Do alto da Torre Sears, a
mais alta de Chicago e, por algum tempo a mais alta do mundo, vimos Chicago de
cima. A nossos pés os arranha-céus amalgamados, entre eles pequenos edifícios,
como pigmeus entre gigantes, e os carros e as pessoas pequenos seres em
movimento.
Os arranha-céus de estilo moderno e muito diferentes em estilo e altura, mas muito belos, misturam-se com pequenos edifícios reconstruídos no primitivo estilo .
O tão elevado numero de arranha-céus deve também a sua existência ao grande incêndio, que se arrastou por dois dias, despoletado pelo coice de uma vaca numa lanterna a petróleo, tendo destruído grande parte do centro da cidade. Das suas cinzas nasceram estas arquiteturas.
Foto: José Martins Carvalho *https://maps.app.goo.gl/YHbQCdhQTnFaNUJt8 **https://maps.app.goo.gl/di8UPNxEt83PEwqYA |
Ter memórias da natureza das tuas é uma graça, um repouso feliz da memória de que sempre nos sentimos devedoras, creio. Viagens de companhia, perto de quem gostamos...podes crer, Alda, é só para alguns. Mas há que viajar sempre, mesmo se nem todas as condições estão reunidas. As viagens valem por si (o tempo que levei a entender isto, santo Deus).
ResponderEliminarObrigada por repartires connosco os teus tesouros. Gesto comovente, esse de fazeres presente quem nunca se ausenta.
Um abraço grande e bom fim de semana
Recordar e sonhar são muito parecidos. No recordar somos nós que comandamos; no sonhar é o nosso subconsciente que escolhe e quase sempre de um modo aleatório e incompreensível.
ResponderEliminarMas recordar e sonhar ... é sempre viver.
Nota: Esta é a segunda tentativa que faço de escrever este comentário.
Na primeira e talvez porque tentei escrever algo sobre o seu destino nesta viagem, fui impedido de o fazer, com a limpeza total do que já tinha escrito e o aparecimento de uma carantonha estilizada e zangada ...
Como é bom saberes escrever tão bem e tomares tantas notas nos cadernos que convertes em diários de viagem. Assim, anos depois podes relatar-nos e partilhar connosco estas tuas vivências e impressões, como se fossem presente.
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