Recordações de Viagens - E.U.A. (Dez. 2016) (V)
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Foto: J. M. Carvalho |
Ueds, com as margens abruptas e o
seu leito seco, onde raras árvores estoicamente crescem. Uma árvore pequenina
de longe em longe ousa romper o deserto como a demonstrar a possibilidade do
impossível. Já atravessámos vários Estados e vários fusos horários.
O deserto do Colorado é imenso na
imensidão da planície. Amanhece. O céu começa a tingir-se de cores cada vez
mais luminosas. Vacas dispersas levantam os olhos mansos para nós. Passamos
comboios de mercadorias em andamento, que parecem não acabar. O nosso cavalo de
ferro avança infatigável a 130Km/h.
Passamos em Santa Fé, um túnel a
2500m de altitude nas Montanhas Rochosas. Há pedaços de neve entre as árvores,
embora esteja sol. A temperatura exterior é de - 8 graus centígrados. O céu está
azulíssimo. A paisagem humanizada é caótica, com muito lixo e sucata à mistura,
casas na maioria pré fabricadas, rulotes e fracas condições, pelo menos na
aparência, excepto nos carros de grande cilindrada que estão á porta.
Eu gosto de viajar de comboio. Nunca experimentei os de grande velocidade mas poderei ser cliente, sobretudo como substituição do avião.
ResponderEliminarA viagem de comboio que mais me encantou foi em Angola, entre o Lobito e Nova Lisboa, no século passado, claro.
Carruagem luxuosa, com as mordomias dos ingleses e velocidade muito baixa, que deu para admirar tudo com detalhe.
Enfim ... outros tempos.
O comboio que tem o observatory car é afinal a modernidade limpa do progresso e da técnica atravessando o caótico da paisagem, uma redoma móvel que vê sem tocar, mas te tocou fundo. Gente que vive rodeada de lixo tem que ter alma diversa.
ResponderEliminarBom fim de semana, Alda
E até terça:)
Grata pela.partilha, muito interessante
ResponderEliminarUma viagem de respiração lenta, pensamento borbulhante e olhos arregalados, suponho. Que descrição tão ilustrativa dessa terra monótona e triste. Viajamos contigo nesse comboio, observamos tudo isso em pormenor e refletimos.
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