Manhã submersa
A bruma é densa
sobre todos os seres suspensa
nada se vê tudo se pensa
o que parece não é
o que é não aparece
E nesta manhã
no silêncio incorruptível
envoltos numa cápsula cinzenta
desconhecemos
Lentamente muito
lentamente
na luta tremenda entre a luz e as
trevas
surgem fantasmas de certos indícios
A ténue luminosidade vence mas não de vez
voltando a adensar-se o manto de
bruma
descobrimos então que
a distância
entre o ser e o não ser não é
nenhuma
Finalmente a luz surge da ausência
em todo o seu esplendor
e os seres aparecem
recortados de luz e de diferença
Tão bonito este teu poema sobre a névoa e o que nela é e não é:).
ResponderEliminarNessa luta entre bruma e claridade há uma gradação feliz da escuridão para a luz, que acaba por vencer. É um entre-ser de possibilidades múltiplas que se vai revelando e assumindo uma face mais luminosa. Captaste, em pano de fundo cinzento, um quadro em que a perseverança constrói caminho, por mais brumoso que ele seja. E presenciar esse fenómeno foi fabuloso.
ResponderEliminarLa mañana cubierta por la niebla presenta una realidad fantasmagórica que hace dudar de la propia existencia; al mismo tiempo es necesaria para valorar la luz que nos define y da sentido a la vida. Me alegro mucho de que la luz sea la vencedora de tu lucha interior.
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