O voo do moscardo
pela
janela um moscardo entrou
e em
jeito de metralhadora
à volta
de mim rodopiou
encolhi-me
toda
perante
a artilharia
no meu silêncio invasora
gritei escondi-me
espinoteei
retorci-me
o
moscardo ousado
voltou à
carga
peguei
num livro
e
arremessei-lho
como uma
arma
o
moscardo rodopiou
e de
novo atacou
mais
forte e feio
numa
guerra desigual
em que
fui eu a ficar mal
até que
uma porta se abriu
e o
moscardo saiu
a rir-se
de mim pensei eu
mas pasmo
revendo a cena
por uma
criatura tão pequena
criar
tal desassossego
e ainda não
sei
qual de
nós teve mais medo
Hummmm....achas tu que era um moscardo socrático?!
ResponderEliminarOlha que poema tão divertido. Fizeste-me lembrar o do "Colchão que saiu de dentro do Toucado"!
ResponderEliminarÉ mesmo uma boa cena de teatro! A experimentação fica-te bem.