Ainda a pandemia
Cresce a ânsia de sair de casa
abraçar os amigos os parentes
enfim todos os entes
que sustentam a nossa vida
a nossa mente
mas muita cautela
há um intocável por aí
não basta fechar portas e janelas
circula invisível inodoro intangível
transportado pelos pés pelas mãos
pelo vento ou pelo simples respirar
e não possui um guizo ou um apito
que o faça anunciar
esse ente traiçoeiro e tão pequeno
pode estar em qualquer parte
cada vez com mais arte
para sobreviver e se multiplicar
gerando oceanos de desassossego
para não sucumbir a esta aflição
teremos de conter a ansiedade e o medo
e inventar
dum jeito real ou virtual
novas maneiras de abraçar
mais formas de nos proteger
e fazer do caos renascer
a luz da sua grande lição
a casa comum de todos os humanos
e de todos os seres com eles vinculados
nova ordem mundial está a reclamar
com menos desigualdades
mais harmonias e sintonias
pois só todos irmanados
cooperantes e dignificados
nos poderemos salvar
Em relação aos outros, não há como a possibilidade de tê-los ao alcance da mão e do olhar. Mesmo que os não tenhamos. É o poder tê-los, esse factor mínimo e tão imenso que movimenta o querer e cuja ausência nos dói na pandemia.
ResponderEliminarEsse bicho redondo e de extremidades pontiagudas não merece poemas, mas um libelo vem mesmo a propósito e ele bem merece ser condenado. Agora o difícil é mesmo semearmos esperança em melhores tempos, já que o caos e o desconhecido nos atormentam o horizonte.
ResponderEliminarQue maravilha! Estou " suspensa" por tanta criatividade e intuição.
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