Formas de arte
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Foto:Alda Carvalho |
Os olhos não precisam ver
nem os ouvidos ouvir
a boca escusa falar
e as mãos podem não tocar
basta pensar puramente
se um artista disser
-isto é um Buda-
não é o mesmo
que cada um vai ver
tocar ou cheirar
mas um Buda diferente
de acordo com a mente
que cada um cuidar ter
e assim a ausência
se faz presença
duma forma virtual
evidentemente
Será este o futuro da arte
ou ela já é assim no presente
Pensando no maravilhoso nenúfar da foto - forma de arte da natureza -, direi que preciso de o ver para melhor admirar toda a sua beleza. Posso imaginar um na minha mente e também retenho alguns belíssimos, mas olhá-lo, presenciá-lo, se bem que em forma de fotografia, é essencial para dele desfrutar. Tal como ouvir, sobretudo ao vivo, é uma experiência única. O virtual é e será sempre solução de recurso. As formas de arte terão leituras diferentes na mente de quem as percepciona, mas a proximidade valoriza-as e facilita a comunicação. Interessante desafio o que o teu poema nos propõe!
ResponderEliminarJá Camões dizia; "mas julgue-o quem não pode experimentá-lo".
ResponderEliminarA imaginação será sempre uma alternativa, mas na verdade, não é mais que uma ténue companhia na solidão.
Não adivinho qual seja o futuro da arte, mas também não me parece que prescinda do que os sentidos nos apresentam. Ou perderá toda a ligação com a vida. Porque o imaginário se faz a partir dela e por isso, julgo, sendo diverso em cada homem, tem também pontos de contacto que os unem entre si, a obra de arte é aglutinadora. Muito leigamente, digo que isso é o que permite a apreciação estética. O puramente imaginário não existe, os signos estão por todo o lado.
ResponderEliminarE tudo o que disse não vale sequer uma pétala do teu nenúfar.