Formas de arte

 


Foto:Alda Carvalho



Os olhos não precisam ver

nem os ouvidos ouvir

a boca escusa falar

e as mãos podem não tocar

basta pensar puramente

 

 se um artista disser

-isto é um Buda-

não é o mesmo  

que cada um vai ver 

tocar ou cheirar

 

mas um Buda diferente  

de acordo com a mente 

que cada um cuidar ter

 

e assim a ausência  

se faz presença 

duma forma virtual

evidentemente 

 

Será este o futuro da arte

ou ela já é assim no presente

 




Comentários

  1. Pensando no maravilhoso nenúfar da foto - forma de arte da natureza -, direi que preciso de o ver para melhor admirar toda a sua beleza. Posso imaginar um na minha mente e também retenho alguns belíssimos, mas olhá-lo, presenciá-lo, se bem que em forma de fotografia, é essencial para dele desfrutar. Tal como ouvir, sobretudo ao vivo, é uma experiência única. O virtual é e será sempre solução de recurso. As formas de arte terão leituras diferentes na mente de quem as percepciona, mas a proximidade valoriza-as e facilita a comunicação. Interessante desafio o que o teu poema nos propõe!

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  2. Já Camões dizia; "mas julgue-o quem não pode experimentá-lo".
    A imaginação será sempre uma alternativa, mas na verdade, não é mais que uma ténue companhia na solidão.

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  3. Não adivinho qual seja o futuro da arte, mas também não me parece que prescinda do que os sentidos nos apresentam. Ou perderá toda a ligação com a vida. Porque o imaginário se faz a partir dela e por isso, julgo, sendo diverso em cada homem, tem também pontos de contacto que os unem entre si, a obra de arte é aglutinadora. Muito leigamente, digo que isso é o que permite a apreciação estética. O puramente imaginário não existe, os signos estão por todo o lado.
    E tudo o que disse não vale sequer uma pétala do teu nenúfar.

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