O que fazemos de nós
O bem que recebemos na vida
aceitamos como se nos fosse devido
tendemos a minorar as coisas boas
e a apoucar as mais importantes
amplificamos o que nos faz doer
e não gostamos
julgamo-nos perfeitos
e desprezamos as imperfeições
que se trabalhadas nos afinam
somos mais ordinários
do que extraordinários
seres inacabados
viemos para nos aperfeiçoar
mas esquecemos a imperfeição
e sobretudo a possibilidade
de trabalhar o barro
de que fomos feitos
Como em tantas outras coisas deste Mundo, a nossa vida parece estar ao contrário: Começamos sem nada saber e acabamos quando já sabemos alguma coisinha e já trabalhamos a nossa dose de barro. minimizando algumas imperfeições.
ResponderEliminarNão seria melhor se fosse ao contrário ?
Nasceríamos já com alguma sabedoria e acabaríamos no auge da inocência.
Ou, como em tudo, no meio termo é que estaria a máxima perfeição ?
Não sei se nos consideramos perfeitos - eu não e creio situar-me na maioria. Mas trabalhar o barro não é para qualquer um. Trabalhar-se, enquanto barro, pois só para grandes artifíces. Mas somos o que fazemos de nós, sem dúvida. É um pensamento que nos deve guiar.
ResponderEliminarE talvez não tenhamos vindo senão para isso, "trabalhar o barro de que somos feitos". Se deixamos à vida o trabalho de moldar, se não lhe pomos a mão criando elasticidade molhada no tempo, afinando aqui, ventrando acolá, talvez a figura lhe fique disforme.
ResponderEliminarÉ um caminho. Sempre um caminho, Alda.
E quanto mais trabalhamos este Barro de que somos feitos, mais perto estamos de todos e de cada um , mesmo dos que são diferentes de nós. Podemos ir dando as mãos aos ir-mãos de tantos caminhos 🙏💃❤️💜💛🧡💚💙🤍🌍🌞🙏
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