O que fazemos de nós





O bem que recebemos na vida

aceitamos como se nos fosse devido

tendemos a minorar as coisas boas

e a apoucar as mais importantes

amplificamos o que nos faz doer

e não gostamos


 

julgamo-nos perfeitos

e desprezamos as imperfeições

que se trabalhadas nos afinam

somos mais ordinários

do que extraordinários

 

seres inacabados

viemos para nos aperfeiçoar

mas esquecemos a imperfeição

e sobretudo a possibilidade

de trabalhar o barro

de que fomos feitos

 



Comentários

  1. Como em tantas outras coisas deste Mundo, a nossa vida parece estar ao contrário: Começamos sem nada saber e acabamos quando já sabemos alguma coisinha e já trabalhamos a nossa dose de barro. minimizando algumas imperfeições.
    Não seria melhor se fosse ao contrário ?
    Nasceríamos já com alguma sabedoria e acabaríamos no auge da inocência.
    Ou, como em tudo, no meio termo é que estaria a máxima perfeição ?

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  2. Não sei se nos consideramos perfeitos - eu não e creio situar-me na maioria. Mas trabalhar o barro não é para qualquer um. Trabalhar-se, enquanto barro, pois só para grandes artifíces. Mas somos o que fazemos de nós, sem dúvida. É um pensamento que nos deve guiar.

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  3. E talvez não tenhamos vindo senão para isso, "trabalhar o barro de que somos feitos". Se deixamos à vida o trabalho de moldar, se não lhe pomos a mão criando elasticidade molhada no tempo, afinando aqui, ventrando acolá, talvez a figura lhe fique disforme.
    É um caminho. Sempre um caminho, Alda.

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  4. E quanto mais trabalhamos este Barro de que somos feitos, mais perto estamos de todos e de cada um , mesmo dos que são diferentes de nós. Podemos ir dando as mãos aos ir-mãos de tantos caminhos 🙏💃❤️💜💛🧡💚💙🤍🌍🌞🙏

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