Nas terras dos Maori *
Pintura a óleo: Alda Carvalho |
Como
fantasmas
envoltos em
vestes brancas
a escorrer chuva
descemos o
vale
vindas do
abismo
árvores
gigantes
velhas de
existência
sobem até nós
as copas a rasar nossos olhos
o rio corre nas
funduras
envolto em
fumos
que as
feridas da terra
desprendem
a lama explode furiosa
em pequenos
vulcões
formando arco-íris líquidos
por todo o lado ressoam
rituais de um
povo
que habita há milénios
este misterioso lugar
em eterna reverência
* Nova Zelândia
Uma parte do mundo bem especial e cheia de autênticidade e uma mundividência cheia de ligações entre vários planos da existência humana, vegetal e animal. Uma realidade mágica que a nossa civilização vai erodindo, mas ainda válida para grande parte dos maori. Deves ter tido vivências bem fortes por essas paragens. Também nunca as esquecerei. O teu poema é poderoso.
ResponderEliminarE, ao ler o poema e olhar a pintura, eu fui uma com essa gente misteriosa e ritualista. E vi o fumegar da terra e a humidade escorrendo na espessura verde.
ResponderEliminarAs coisas bonitas que tu sabes ver e pintar com teus olhos de poeta. Que agradeço.
Bom fim de semana
Quando os nossos políticos acabarem de destruir a minha fé no Mundo, estou a guardar as últimas reservas de energia para a minha derradeira grande viagem, que há mais de meio século quero fazer à (Austrália) e a acabar, em apoteose, à Nova Zelândia.
ResponderEliminarVejo que não me enganei.
O seu poema e a sua pintura das grandes árvores com o rio ao fundo, deveriam ser o Hino e o Cartaz daquele País.
Toca fundo ler o poema. .Parece que os fumos, os vapores , o silêncio entraram em mim e tudo acalmou. Lindo!
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