Ao romper a madrugada
Nas
horas labirínticas da noite
oiço
os teus passos
escrevo
palavras sem nexo
ao
acaso e sem significado
ou
com sentido escondido
rascunhos
do presente e do passado
guardados
nas sílabas amarguradas
Ao
romper a madrugada
aliso
as palavras enrugadas
e
dou-lhes nova vida
Que palavras tão lindas e bem alisadas. Lembrei-me da canção "Ao Romper da Bela Aurora" (...) "muito padece quem ama/ mais padece quem namora/ Vem o pastor da choupana/ao romper da bela aurora". Abracinho.
ResponderEliminarTanta dor e tanta esperança , para mim, neste poema
ResponderEliminarTenho uma audição extravagante, oiço passos que, é mais que certo, não existem senão em mim; oiço-os nos seus tiques perfeitamente identificáveis, sei a quem pertencem e estão sempre a fazerem-se próximos. Surgem-me diurnos e completos, certificam-me a presença que não se mostra. Vai-se a ver e os que ouves - embora nocturnos - são também isso: presença, certeza de companhia. Escreves para eles e para ti as palavras rendadas da saudade, essa infinita renda de bilros, nó sobre nó, que a memória tece e com que enfeita a vida. Há momentos sem nexo, mas a memória traz também isso. O que subsiste é a recuperação bonita do que fomos e nunca deixaremos de ser enquanto formos. Talvez por isso "os róseos dedos da aurora" te guiem a alisar as palavras descobrindo-lhes sentido.
ResponderEliminarUm abracinho
Por vezes o Universo entra em caos e de todos os lados parece chegarem estímulos contraditórios e desencontrados. Nestas alturas, a melhor companhia é a esperança. Porque tudo tende ao equilíbrio e ordem. Hoje, estou à espera, como as suas palavras desalinhadas. de uma nova vida.
ResponderEliminarBens haja, Alda.