A folha caída
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Foto: Alda Carvalho |
A folha
caída
vestida de
cor
esmorece
no chão
Olho-a com ternura
como olho
a minha mão
Os veios
desenhados
abrem-me
caminhos
para o desconhecido
A folha caída
uma
simples folha
mostra a
fragilidade
o
envelhecimento
e a
renovação
dum ciclo
de vida
A folha caída
não fenece nunca
pois será alimento
para a árvore mãe
ou para a imaginação
de alguém
A folha
caída
que lembra
veludo
ou pele
macia
ou palma
da mão
conta uma
história
com toda a
certeza
pois ela é
memória
da mãe
Natureza
Pois é: A Alda tem a rara capacidade de VER nos mais singelos e simples detalhes, a grandiosidade que é a vida.
ResponderEliminarO paralelismo entre as nervuras (lindas) da folha e as veias da mão, é admirável e inspirador.
Vou dar muito mais atenção às folhas caídas ...
Parabéns, Alda.
Bonito poema em função de uma folha não menos encantadora. Há quem envelheça assim, artisticamente. E quem não. Mas, sobretudo humanamente, as aparências iludem e talvez a beleza do envelhecer seja uma atitude que depende mais do interior que do exterior que deteriora e nem sempre de forma tão bonita como a folha caída que, se outra função não tivera (que teve e terá), vive no teu poema e é presente sendo passado. Saber olhar como tu falta-nos muito.
ResponderEliminarBom fim-de-semana, Alda.
Esta folha, se o soubesse, ficaria muito feliz com o teu poema. É, de facto, muito bela, mas só tu, com o teu olhar e filosofia de vida nos consegues deleitar com a partilha desta tua elegia à linda folha. É um poema que faz bem à alma.
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