Manhã submersa
A bruma é densa sobre todos os seres suspensa nada se vê tudo se pensa o que parece não é o que é não aparece E nesta manhã no silêncio incorruptível envoltos numa cápsula cinzenta desconhecemos Lentamente muito lentamente na luta tremenda entre a luz e as trevas surgem fantasmas de certos indícios A ténue luminosidade vence mas não de vez voltando a adensar-se o manto de bruma descobrimos então que a distância entre o ser e o não ser não é nenhuma Finalmente a luz surge da ausência em todo o seu esplendor e os seres aparecem recortados de luz e de diferença